sexta-feira, 25 de junho de 2010

Brasília, 2 de junho de 2010.


Dando continuidade à programação do “I Seminário Internacional Cursos Superiores de Tecnologia: Educação e o Mundo do Trabalho”, realizado nos dias 31/5 e 1/6, em Brasília, Fernando Leme do Prado, da Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior (ABMES); Jarbas Novelino Barato, do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac); e Hugo Martinez, da Fundação Chile discutiram as “Tecnologias Educacionais e as Graduações Tecnológicas”. A mesa foi mediada por Consuelo Aparecida Sielski Santos, do Instituto Federal de Santa Catarina.

O grande problema: somos da geração dos Flinstones

“Tecnologias digitais são ferramentas ou ambiente de trabalho”, indagou Hugo Martinez. Para ele, o problema fundamental da atualidade é que somos dessa geração. “Nós somos da geração dos Flinstones, nossos alunos são da geração dos Simpsons”, brincou, numa alusão a duas séries animadas de televisão.

“Os alunos de nossas faculdades estão fundamentalmente conectados com o mundo, gerando conteúdos e participando de debates internacionais. O acesso à informação já não é uma atribuição própria e exclusiva da escola”. Ele lembra que não é mais preciso esperar um livro de história para saber o que aconteceu, nem mesmo esperar o jornal da noite. Hoje a informação é instantânea, em tempo real.

Segundo estatística apresentada, 8 em cada 10 alunos nos Estados Unidos possuem celular. “71% deles produzem mensagens de texto todos os dias numa frequência impressionante. E os alunos não aprendem a usá-los, eles não leem o manual. Eles exploram, experimentam, manipulam os instrumentos”, comenta. Para Martinez, a atualidade permite novas formas de pensamento e de trabalho, apresenta novas ferramentas produtivas e novos horizontes, sendo, assim, faz-se imprescindível desenhar um novo modelo de aprendizagem.

Ensino x Aprendizagem

Fernando Leme destacou a diferença entre ensino e aprendizagem. “Ensino é alguma coisa sobre a qual tenho domínio e possibilidade de agir. Aprendizagem é algo que acontece cada vez mais de forma diferenciada, sobre a qual não tenho como saber de que forma as pessoas vão aprender. Eu passo a informação e cada um transforma em conhecimento de sua maneira”, explicou.

Para ele, trabalhar com foco na aprendizagem talvez seja a grande descoberta da tecnologia. “Crianças desse século nascem com um chip novo, elas aprendem por um método novo. Um professor dentro de uma sala de aula já não é mais atrativo. Assim, questiono: como será a escola daqui a 10 anos”? Hoje as informações são acessíveis e disponíveis a todos. Nesse sentido, ele acredita que um mecanismo capaz de permitir que se trabalhe a aprendizagem mais do que o ensino é a utilização da metodologia de projetos, por exemplo, por meio dos escritórios de projetos que procuram no mercado as suas necessidades.

Tecnologia: mais que uma ferramenta de comunicação

Para Jarbas Barato o objetivo da tecnologia é utilizar com competência processos e facilitar a aprendizagem. “O computador é como um piano: a música não está nele, mas na pessoa que o manipula”. Assim, lembrando a origem dos computadores, com função essencial de programação, destacou: “quero reforçar uma ideia que se perdeu com os anos: a necessidade de aproveitar os computadores para fazer projetos e construir simulações significativas na área de aprendizado e não só como ferramenta de comunicação”. Mais que isso, ressaltou que a tecnologia informacional não pode ser reduzida simplesmente a um problema de educação a distância.

Tânia Carolina Machado

Assessoria de Comunicação do Confea

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